EUA: pedidos de licença para construir casa em máximos
A construção de casas nos Estados Unidos desacelerou em julho, mas há um sinal positivo para o futuro: os pedidos de licençasde construção subiram para um máximo de quatro anos, divulgou esta quinta-feira o Departamento do Comércio.
A construçãode casas unifamiliares e apartamentos caiu 1,1% em julho em comparação com junho para uma taxa anual ajustada sazonalmentede 746 mil. Em junho, o ritmo foi o mais rápido desde outubro de 2008.
A queda em julho deveu-se ao recuo de 6,5%na construção de casas unifamiliares, que representam cerca de 70% do mercado. Por outro lado, a construção de apartamentossubiu 12,4%.
Já os pedidos de licenças de construção subiram para 812 mil, o maior número desde agosto de 2008.
Oanalista Dan Greenhaus, da empresa de serviços financeiros BTIG, em Nova Iorque, afirmou à agência de notícias AP que, apesardo ligeiro recuo na construção de casas em julho, o mercado imobiliário continua numa trajetória ascendente, lembrando quea construção de casas unifamiliares é hoje mais 17% de há um ano atrás.
Ainda assim, mesmo com os ganhos obtidoseste ano, a taxa de construção e o nível de licenças permanecem a cerca de metade da taxa anual de 1,5 milhões consideradasaudável pelos economistas, nota a Lusa.
O boom imobiliário nos Estados Unidos levou a construção para níveisrecordes em meados da última década, tendo atingido o pico em janeiro de 2006 com uma taxa próxima de 2,3 milhões. No entanto,quando a bolha estourou, no final de 2006 e 2007, a construção parou na maior parte dos Estados Unidos.
A construçãoaumentou no início de 2010 com os incentivos do governo, mas voltou a cair assim que os apoios terminaram. A construção voltariaa recuperar no último outono, coincidindo com otimismo crescente entre os construtores e tem vindo a aumentar gradualmentedesde então.
A confiança dos construtores voltou a crescer este mês para um pico de cinco anos, de acordo com o índiceAssociação Nacional de Construtores/Wells Fargo, ao aumentar dos 35 de julho para 37 em agosto.
Ainda assim, um índiceabaixo de 50 indica um sentimento negativo sobre o mercado imobiliário.
Os economistas referem que um mercado saudáveltem vendas anuais de novas casas próximas de 700 mil. Em junho as vendas de casas novas caíram 8,4%, na maior queda desdefevereiro de 2011, para uma taxa anual ajustada sazonalmente de 350 mil.
As vendas de casas podem cair ainda maisse o crescimento económico e o emprego enfraquecerem.
Apesar de as casas novas representarem menos de 20% do mercadoda venda de casas, têm um grande impacto na economia e são um indicador sobre a evolução desta.
Cada casa construídacria uma média de três postos de trabalho por ano e gera cerca de 73 mil euros em receitas fiscais, de acordo com dados daassociação de construtores norte-americanos.
Fonte: Agência Financeira