Compram-se menos casas: 600 imobiliárias fecham este ano
Casar já não é sinónimo de comprar casa. A prova é que os mediadores imobiliários têm vindo a registar uma queda significativanas suas vendas, devido aos efeitos do corte no crédito à habitação. O cenário está a agudizar-se e, só este ano, deverãofechar mais de 600 imobiliárias em Portugal, avisa a Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal(APEMIP) citada pelo site «Dinheiro Vivo».
Numa altura de contenção, de redução de salários e em que a banca «nãoempresta» dinheiro, a boa década de 90 parece dar lugar ao triste e duro ano de austeridade, em que o arrendamento pareceser uma das poucas alternativas. A Replica, uma das maiores redes imobiliárias do país, que contava com 200 lojas e três milfuncionários, está hoje reduzida a quatro lojas e apenas 10 trabalhadores.
Uma situação problemática para o presidenteda APEMIP que fala já no encerramento de mais de 20% das empresas. «Uma tragédia» - num sector com três mil empresas «quepiora de dia para dia».
Luís Lima critica, por isso, a falta de uma lei do arrendamento «que crie confiança nos investidorese diminua o risco no sector, tornando céleres os despejos» e que estimule a reabilitação. Outra medida que pede é a criaçãode uma taxa liberatória de 20,5% sobre os rendimentos do arrendamento, mas que até agora não avançou.
Também o director-geralda Era Portugal, Miguel Poisson, garante que «se vive um período de «selecção natural e que, dentro de ano e meio, só metadedas actuais imobiliárias» estará a funcionar.
«Não me admirava que 1.500 mediadoras, sobretudo as mais tradicionais,tivessem desaparecido», remata.
Fonte: Agência Financeira