Opinião: usar fundo da banca para ajudar construção
O economista Augusto Mateus defendeu esta sexta-feira a aplicação de oito mil milhões dos 12 mil milhões do fundo de capitalizaçãoda banca na criação de um fundo público-privado para dinamizar a regeneração urbana.
«Agarremos em oito mil milhõesde euros dos 12 mil milhões e façamos chegar a um fundo imobiliário público-privado», disse o ex-ministro, citado pela Lusa,numa conferência sobre o sector imobiliário, que decorreu em Lisboa.
Entrariam neste fundo proprietários com hipotecas,proprietários sem hipotecas, bem como a banca.
Augusto Mateus disse que este fundo ficaria responsável por fazertoda a reestruturação de propriedade que tem de estar envolvida na regeneração urbana.
«Temos muitos proprietárioscom hipotecas que estão presos à casa e a um crédito hipotecário», começou por dizer o economista, para sugerir depois queestes proprietários contribuíssem para este fundo.
«Os proprietários com hipotecas deixariam de ser proprietários,a não ser do que já pagaram em amortização, corrigido - se houver correcção a fazer - do valor da casa, e passariam a tertítulos do fundo», disse Augusto Mateus.
O economista explicou que estes títulos poderiam ser «pagos como um depósitoa prazo não especialmente competitivo, a três, 3,5 por cento».
Neste caso, o proprietário com hipoteca «passa a ocuparcom contrato de arrendamento a casa em que está ou outra», mediante o pagamento de um arrendamento.
A banca, porsua vez, «podia receber três quartos dos créditos que vendesse e um quarto era convertível em títulos remunerados a uma taxasuperior à taxa que está a receber, a três ou a 3,25 por cento».
«Não podemos esperar no princípio grande liquidezdeste fundo, mas à medida que ele for sendo consolidado terá liquidez».
Fonte: Agência Financeira