A renda de uma casa em Campolide, em Lisboa, varia entre 500/650 euros enquanto uma nas Amoreiras pode ultrapassar os dois
mil euros, diz a experiência de um mediador imobiliário da zona.
José Monteiro, director comercial da imobiliária
ERA Amoreiras, conta ainda que no mesmo prédio há quem pague 50 euros e noutro andar 2.500, escreve a Lusa.
«É comum
em Campolide, Amoreiras e Campo de Ourique nomeadamente porque não houve legislação que permitisse a actualização para os
valores que hoje em dia são praticados no mercado», comenta.
À Lusa, o responsável destaca os casos de «pessoas
de mais idade com rendas simbólicas» mas ressalva que as essas rendas não costumam transitar para filhos.
«Vai havendo
grande pressão da parte dos proprietários para quando os contratos cessam, por morte dos inquilinos, não haja uma renovação
do mesmo contrato», diz.
Na zona que melhor conhece explica que as diferenças de mais de mil euros mensais nas rendas
se devem sobretudo ao tipo de apartamentos: nas Amoreiras são alugados espaços com o dobro das dimensões e com muitos melhores
acabamentos do que, por exemplo, em Campolide.
Nas rendas mais elevadas também ficam incluídos estacionamentos. De
2009 para 2010, a ERA viu crescer este mercado cinco pontos percentuais, de 10 para 15 por cento. Uma subida vista como não
significativa.
O crescimento pode ser explicado pela «dificuldade de alguns compradores têm sentido junto da banca
porque estão a ser colocadas cada vez mais dificuldades ao financiamento».
E grande parte das pessoas que não conseguem
empréstimos para a compra «está a optar pelo arrendamento» sobretudo de casas mais baratas, um sector em que há «mais procura
que oferta».
Famílias, jovens estudantes e em primeiros empregos são quem mais procura, ou seja a «classe com menos
poder de compra».
Mais caras no Castelo, mais baratas no Socorro
A renda na freguesia do Castelo,
em Lisboa, está avaliada em 14 euros/m2, o valor mais elevado do índice imobiliário (ci) a que a Lusa teve acesso.
Entre
as cinco freguesias avaliadas com o preço mais baixo (nove euros/m2) estão Benfica, Socorro, Ameixoeira, Charneca e Marvila.
Os dados referem-se ao quarto trimestre de 2010.
O índice ci é organizado pela Confidencial Imobiliário, uma entidade
independente e certificada que recolhe informação para profissionais. «A empresa é especializada na produção e difusão de
indicadores de análise do mercado, detendo índices e bases de dados exclusivas sobre a oferta e vendas de fogos, com detalhe
à freguesia», refere a apresentação da CI.
Na lista de zonas com preço mais caro no mercado de arrendamento estão,
com 13 euros/m2, as freguesias de São Sebastião da Pedreira, Sacramento, Mercês e Santa Justa.
Nos dados fornecidos
à Lusa, o único período em que o índice relativo a Lisboa esteve abaixo dos 100, foi nos segundo e terceiro trimestres de
2005: 99,7 e 99,3, respectivamente.
O valor mais alto (110,3) foi registado no segundo trimestre de 2009.
Referentes
ao quarto trimestre do ano passado, os últimos dados do índice ci-rendas indicam um valor de 108,9, revelando uma subida de
0,9% na variação trimestral.
Comparando com o mesmo período no ano anterior, o aumento é de 0,2% enquanto a taxa
de variação anual mostra um decréscimo de 0,9%.
As baixas mais recentes aconteceram nos segundo e terceiro trimestres
de 2010. Os números mostram descidas de 0,6 e 0,4% nas variações por trimestre e diminuições de 1,8 e 1% em comparação homóloga.
Numa
análise aos concelhos da Área Metropolitana de Lisboa, o que tem valor médio mais elevado é o de Cascais (10 euros por metro
quadrado), seguido por Oeiras (09 euros/m2).
Entre os mais baratos para arrendar estão Alcochete, Moita, Montijo
e Palmela, avaliados em cinco euros, por metro quadrado, segundo o ic de rendas.
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