Os bancos estão a impor condições cada vez mais exigentes às famílias portuguesas que querem contrair um crédito à habitação.
De tal maneira que, para a maioria, se torna impossível comprar casa. Afinal, qual é o perfil de cliente que os bancos estão
à procura?
O último inquérito aos bancos feito pelo Banco de Portugal revela que a maior restritividade no crédito
à habitação se traduz sobretudo em spreads mais altos e que alguns bancos chegam a cobrar spreads na casa dos 5% aos clientes
de risco mais elevado. Condições que começam a alastrar também aos clientes com um perfil de risco médio.
O «Diário
Económico» escreve esta segunda-feira que, desde o início do ano, cinco bancos já aumentaram os spreads e sete já cobram valores
acima dos 4%.
Mas, como felizmente ainda existem clientes com perfil de risco baixo (para quem o spread médio é 1,24%),
a média dos spreads cobrados pelos bancos aos clientes é de 1,6%. Muito abaixo dos máximos, mas também muito acima dos valores
a que assistíamos há uns anos, de 0,3 e 0,4%.
O Banco de Portugal diz que também as comissões e outros encargos associados
ao crédito estão mais caros, que os bancos estão mais selectivos na hora de aceitar garantias, emprestam percentagens mais
baixas do valor das casas e por prazos mais apertados.
O problema é que os bancos já estão a avaliar as casas abaixo
do valor da compra e só emprestam 80 a 90% do valor da avaliação. Contas feitas, o banco acaba por só emprestar 60% do valor
que a família paga pela casa. Isso significa que o cliente, se quiser comprá-la, tem de ter disponível, para dar de entrada,
cerca de 40% do valor do imóvel. Algo muito difícil de cumprir para muitas famílias.
Afinal, do que é que os bancos
estão à procura?
Com o crédito malparado a aumentar e com as dificuldades de financiamento que enfrentam, os
bancos estão cada vez mais selectivos na hora de emprestar dinheiro.
O cliente ideal apresenta um rácio de financiamento
inferior a 60% (a família suporta os outros 40% do valor do imóvel), uma taxa de esforço que não vai além de 35% (ou seja,
a prestação só consome 35% do rendimento mensal disponível), vários produtos associados ao contrato de crédito (em alguns
bancos é preciso subscrever até sete produtos, entre domiciliação de rendimento e despesas, cartões de crédito, seguros e
aplicações de poupança para baixar o spread) e montante de financiamento elevado.
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