Somam-se já mais de oito mil candidaturas aprovadas no âmbito do programa de apoio ao arrendamento jovem «Porta 65», segundo
a contabilização feita nas duas primeiras fases de candidatura.
Os dados do Ministério do Ambiente foram divulgados
esta segunda-feira, precisamente um dia antes de arrancar o novo período de candidaturas que se estende desta terça-feira
até 7 de Outubro.
Nas duas primeiras fases, das 9.928 solicitações, receberam luz verde 8.153. E entre estas, 4.781
dizem respeito a novas candidaturas e as restantes a renovações (agora designadas candidaturas subsequentes).
Os
reajustes feitos pelo Governo no «Porta 65 Jovem» tornaram o programa «mais justo», reconheceu à agência Lusa a secretária
de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades, Fernanda do Carmo.
«Para já, achamos que o tornámos mais justo
e mais consonante com a realidade dos agregados que nos procuram com estas candidaturas». O efectivo aumento nas candidaturas
novas aprovadas (mais cerca de 750) deveu-se sobretudo às «alterações no campo da mobilidade».
A evolução advém
da «possibilidade de saída e voltar a entrar no programa ou outras alterações introduzidas, como a possibilidade de candidatura
a qual tem bolsas ou outras prestações sociais, como o subsídios de maternidade».
O que mudou até agora?
As
primeiras mudanças surgiram em 2008, com o aumento dos tectos máximos das rendas a apoiar - que nalguns casos subiram mais
de 80% - e da taxa de esforço (peso da renda no rendimento mensal).
Ano e meio depois, em Janeiro do ano passado,
o Governo acabou por alterar de novo as regras: alargou o limite de idade (pode concorrer-se até aos 30 anos e o apoio dura
três anos) e autorizou a inclusão de prestações sociais (subsídios maternidade ou bolsas de estudo) no cálculo dos rendimentos.
Este
ano foi aprovada a possibilidade de apresentar a declaração de rendimentos dos últimos seis meses, e não do último ano, como
estava inicialmente previsto.
Mais: é possível entregar apenas a promessa de contrato de arrendamento e não o contrato
final; e foi decretado um aumento da majoração (10 para 20%) para os arrendamentos em zonas urbanas históricas. O objectivo
é incentivar a ocupação pelos jovens destes territórios. E decidiu-se por uma majoração de 10% nos casos de agregados com
dependentes a cargo ou com deficientes.
Passou também a ser possível mudar de residência e continuar no programa.
Os candidatos passaram ainda a poder interromper o «Porta65» e voltar a ter direito a ele mais tarde.
20 milhões
para apoio ao arrendamento jovem este ano
Cerca de 35 mil jovens receberam apoio ao arrendamento em 2008. O balanço
baixou para 22 mil no ano passado. Os montantes investidos neste programa também caíram: 22 milhões gastos há dois anos (seis
dos quais ao abrigo já do «Porta 65») e 16,5 milhões no ano passado. Para 2010, o valor global disponível será de 20 milhões.
«Não
é um programa com um valor em aberto, em que haja possibilidade de crescimento sem controlo. É um programa que foi configurado,
pretende-se incentivar autonomização jovem, com apoio decrescente ao longo dos três anos, e criar hábitos arrendamento e de
retorno às cidades».
Mais de 2 mil das candidaturas aprovadas nestas duas primeiras fases - que decorreram entre
23 de Maio e 28 de Junho - são referentes a jovens que pretendem arrendar casa no Porto (2.065). Na segunda posição aparece
Lisboa, com 1.873 candidaturas aprovadas.
O «Porta 65» foi lançado em 2007 e recebeu na altura queixas de toda a
oposição. Os protestos e a avaliação do programa levaram então o Governo a alterar por duas vezes as regras de acesso.
Casa: é melhor comprar ou arrendar?
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