Lisboa tem à venda sete hotéis entre três e cinco estrelas. Outras unidades procuram novas cadeias.

Na capital há sete hotéis, dois deles de cinco estrelas, à venda e mais seis unidades procuram novos gestores para contratos de arrendamento de longa duração. Uma das unidades de luxo tem 200 quartos e encontra-se à venda por 55 milhões de euros - a outra é um pouco maior (295 quartos) e está avaliada em 78 milhões de euros. Lisboa tem ainda outras seis unidades (de três, quatro e cinco estrelas) para arrendamento de longa duração (entre 15 e 20 anos).

Uma listagem internacional de hotéis para venda e para arrendamento em Portugal, a que o Diário Económico teve acesso, omite o nome dos hotéis em causa. Fora da capital, esta lista inclui as cidades do Porto e Braga, bem como a região algarvia (cujos hotéis registaram, em Janeiro passado, uma queda histórica de 22,4%, face a Janeiro de 2011, na taxa de ocupação média por quarto).

No Porto, há três unidades de quatro estrelas que procuram negociar novos contratos de gestão. No Algarve surgem duas unidades de quatro estrelas para venda e arrendamento. Um hotel de grandes dimensões (465 quartos) e outro de média dimensão (185 quartos). Por fim, em Braga, as duas unidades em causa, de quatro estrelas, são para arrendar.

Além desta listagem oficial de hotéis, numa breve pesquisa nos classificados de jornais é possível encontrar anúncios de venda de unidades, ao lado de anúncios da venda de "Lar para Idosos", ou de "Colégio na Linha de Cascais". É o caso de um hotel no Douro. Após vários meses de negociações, Maria Alice Rodrigues começa agora a ver boas perspectivas. Um grupo hoteleiro do Porto está interessado numa parceria com o Hotel Pesqdouro, em São João da Pesqueira, e assim conseguir rentabilizar um negócio familiar. "Sozinha estava com dificuldade em levar o negócio por diante e também por motivos da minha saúde", reconhece Maria Alice Rodrigues.

Sem concorrência num raio de 30 quilómetros, o hotel Pesqdouro é um bom exemplo das dezenas de unidades hoteleiras cujos proprietários procuram ceder a gestão ou simplesmente vender. A razão é simples: numa altura de redução significativa da procura e dos preços, as unidades hoteleiras que não se encontram agrupadas em cadeias são as primeiras a sofrer com a crise.

Uma unidade no Alentejo, perto de Badajoz, com cerca de 80 quartos, e outro hotel no Grande Porto, próximo da praia, com 100 quartos, podem ser consultados também nos jornais para venda. Mais a sul no país, o Algarve tem vários negócios para diferentes carteiras. Desde um projecto de um "estabelecimento hoteleiro (hotel+aldeamento de primeira linha) em Albufeira até um aldeamento turístico, em Lagoa, em que os proprietários pediam inicialmente 5,6 milhões de erros, mas que agora já vendem por um milhão de euros.

Nota: Trabalho publicado na edição de 8 de Fevereiro de 2012 do Diário Económico