O número de alojamentos em Portugal superou em 45% o número de famílias em 2011, segundo contas reveladas esta sexta-feirapelo Instituto Nacional de Estatística (INE). No fundo, existem mais 1,8 milhões de casas do que famílias.

Olhandopara as três décadas anteriores, o INE revela que em 1981 existia uma situação relativamente equilibrada (em que o númerode casas era apenas 16% superior ao de famílias), passando atualmente a uma situação claramente excedentária.

«Nasdécadas de 80 e 90, a evolução do parque habitacional foi marcada pelo aumento do acesso à propriedade da habitação por partede um grande número de famílias, pelo aumento das residências secundárias e pela demonstração de alguns sinais de saturaçãono mercado imobiliário. Esta tendência manteve-se no início do século XXI», explica.

Um terço das habitações desocupadas

Cercade 32% dos alojamentos existentes eram residências secundárias ou estavam desocupados, o que representa um aumento de 2,7pontos percentuais (p.p.) numa década, entre 2001 e 2011. Quase metade dos alojamentos vagos, que se encontravam para venda,tinha sido construída na última década.

Pelo contrário, no ano passado, a proporção de alojamentos sobrelotados representava11% do total de alojamentos familiares clássicos de residência habitual (-5 p.p. face ao registado em 2001), dos quais 5%estavam associados à falta de três ou mais divisões (-2 p.p.). Os alojamentos com lotação normal correspondiam a 24% do total(951 mil alojamentos). No que concerne à sublotação, entre 2001 e 2011 registou-se um aumento de 5 p.p. na proporção de alojamentoscom três ou mais divisões em excesso (de 19% em 2001 para 24% em 2011).

Mais de 70% das casas em bom estado deconservação

O INE conclui ainda que o parque habitacional nacional está em bom estado de conservação, sendo que,dos 3,54 milhões de edifícios clássicos existentes, 71% dos edifícios não necessitam de reparações, e 24% precisavam apenasde pequenas ou médias reparações. Assim, só 5% careciam de grandes reparações ou se encontravam muito degradados.

Em2011 cerca de 73% dos alojamentos eram ocupados pelos proprietários. Em grande parte destes casos (46% ou 1,25 milhões), osproprietários tinham encargos associados à compra da casa, quase mais 50% que em 2001.

Prestação média ronda400 euros

De entre os alojamentos onde os proprietários tinham encargos por compra de casa, verifica-se que em51% dos casos estavam associadas mensalidades entre os 250 e 500 euros. Em termos médios, os encargos por compra de habitaçãoem Portugal rondavam os 400 euros.

Nos restantes 57%, correspondentes a 1,67 milhões de casas, os proprietários nãotinham encargos financeiros com a aquisição da sua habitação.

Quase 800 mil casas arrendadas

Relativamenteao número de alojamentos arrendados ou subarrendados, regista-se um acréscimo de cerca de 7% face a 2001 (+54 mil alojamentos),para 795 mil. No entanto, são ainda apenas 20% do total (em 2001 eram 21%).

Fonte: Agência Financeira