A Fitch antecipa, num relatório publicado esta terça-feira, que os preços das casas devem cair 15% em Portugal, sendo que,com as quebras já acumuladas, a desvalorização será de 28%.

A agência de notação financeira revê, assim, as suasestimativas iniciais, que apontavam para uma queda de 10%.

Só que não especifica em que período de tempo é que orecuo de preços deverá ocorrer, segundo a Reuters, que cita o relatório.

Embora a Fitch preveja, agora, uma quedamais acentuada dos preços, ela será compensada pelo facto de os descontos postos em prática para vender as casas mais rapidamentebaixarem de 39% para 30%.

«A mudança na nossa expectativa do preço das casas reflete o agravamento das condiçõesmacroeconómicas e leva em conta as tendências de pré-disposição [dos consumidores]. Esperamos agora que o PIB contraia 3,7%este ano e o desemprego atinja 14% até 2013». Previsões que surgem no dia em que o Eurostat divulgou que, só em junho, a taxa de desemprego já chegou aos 15,4%.

A Fitchfaz ainda notar que a da queda dos preços das casas tem origem na pré-disposição para comprar, vender ou arrendar e não porqualquer expectativa quanto ao aumento da oferta.

Os preços têm crescido mais rapidamente que os salários. Em 2006,o preços das casas chegou a representar sete vezes o PIB per capita. A proporção caiu agora para ​​5,4 vezes,mas de qualquer modo está ainda acima dos níveis de 1995, por exemplo.

O aperto no crédito deverá condicionar, também,a aquisição de casas. «Os bancos estão a ter dificuldades» de acesso ao financiamento.

Última nota da Fitch parao número total de habitações em Portugal, que cresceu um milhão de unidades desde 1998, ou seka, mais 21%, ao passo que apopulação permaneceu constante. E, embora cerca de 13% dos imóveis estejam desocupados, o país não sofre ainda de um excessode oferta. Isto porque, ao fazermos contas às novas propriedades que estão a ser construídas, verificamos que o número estáno nível mais baixo dos últimos 20 anos.


Fonte: Agência Financeira